Do Falcon 900 ao Iveco S-Way: quando o céu e o asfalto têm o mesmo DNA

                       

Você já parou pra pensar que um Dassault Falcon 900 e um Iveco S-Way podem ter algo em comum além do ronco bonito dos motores? Pois é, por mais improvável que pareça, o mesmo DNA tecnológico que impulsiona um jato executivo de luxo também dá fôlego a um caminhão rodando pelas estradas da América do Sul.

Tudo começa com um nome que voa e roda há décadas: Garrett.

A Garrett, fundada em 1936 por Cliff Garrett, nasceu como uma empresa focada em turbocompressores e sistemas de sobrealimentação, tecnologias que ajudaram tanto a aviação militar quanto a automotiva a ganhar desempenho. Ao longo do tempo, o grupo cresceu, foi incorporado, fundido e renomeado até fazer parte de uma gigante que você provavelmente já ouviu falar: Honeywell.

E é aí que as engrenagens, ou melhor, as turbinas, se conectam. Enquanto nos céus o Falcon 900 confia em três motores Honeywell TFE731, conhecidos por sua confiabilidade e eficiência, nas estradas o Iveco S-Way usa um motor Cursor 13 com uma turbina VGT Garrett, que é basicamente um mini turbo inteligente capaz de ajustar o fluxo de gases conforme a rotação, o mesmo tipo de ideia que a Honeywell vem aperfeiçoando há décadas nos aviões.

Ou seja, o Falcon e o Iveco têm uma espécie de parentesco tecnológico distante. Um nasceu para cruzar oceanos a Mach 0.84, o outro para cruzar o Brasil a 80 km/h, mas ambos compartilham o mesmo espírito de eficiência e engenharia de ponta.

A trajetória das duas empresas seguiu caminhos bem diferentes. A Honeywell Aerospace continuou firme nos céus, desenvolvendo motores, aviônicos e sistemas de navegação usados em aeronaves civis e militares no mundo todo. Já a Garrett, que foi rebatizada como Garrett Motion em 2018, se especializou em turbocompressores automotivos e industriais, separando-se oficialmente da Honeywell e voltando a atuar de forma independente.

Resumindo:
No Falcon 900, a Honeywell sopra o ar da propulsão executiva.
No Iveco S-Way, a Garrett sopra o ar da eficiência diesel.
E nós, apaixonados por motores, sopramos a poeira da curiosidade com esse tipo de descoberta.

Afinal, quem diria que o mesmo legado de engenharia que empurra um Falcon pelo céu também ajuda um caminhão a subir a Serra do Anchieta com carga cheia? 😄

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