Scania na medida para os cegonheiros

Ontem a noite, o caminhoneiro cegonheiro conhecido nas internet por Guinhoceg movimentou os grupos de Facebook e também no Instagram com a foto de um interessante Scania NTG G410 com o teto baixo e reto.

     


Essa opção de cabine é normalmente oferecida na Europa para operações específicas, como guindaste, bombeiro, e até mesmo no uso como cegonha.

A Scania, com sua filosofia de produção modular, vem mostrando ao mercado cada vez mais sua capacidade de desenvolver produtos específicos para cada operação. Não que as outras fabricantes não tenham essa capacidade, mas a Scania é referência há algum tempo.

             

Mas esse teto reto é adequado ao Brasil? Vamos lá, em conversar ontem com o Guinhoceg, ele me passou informações bastante interessantes. Realmente esse caminhão se encaixa com precisão na operação de transporte de veículos, já que os carros estão cada vez maiores e mais altos, sendo assim, essa cabine ajudaria a acomodar a carga melhor.o

Mas nem tudo é perfeito. Com os valores exorbitantes dos caminhões no país, a preocupação com a revenda é grande, e com certeza esse veículo sofrerá uma resistência para ser vendido no mercado de usados, e o próprio Guinhoceg relatou que existem unidades da versão 6x2*4( outra versão bastante adequada para o uso na cegonha) parados sem encontrar compradores.

Os próprios modelos com entre eixo curto já encontram resistência, com essa cabine não será diferente.

Outra questão, são as rotas dos cegonheiros, muitas vezes com dimensões continentais, tornando um verdadeiro sacrifício passar dias dentro dessa cabine diminuta.

O que pode  tambĂ©m "matar" essa versĂŁo, Ă© o fato das carretas cegonhas mais modernas possuĂ­rem sistemas e soluções para acomodar as cargas sem a necessidade de compactar as dimensões da cabine do cavalo mecânico, podendo atĂ© ser usado um exemplar com teto alto sem infligir a lei do comprimento.

Enfim, a discussão é complexa e nada simples, mas ponto para a Scania, por mostrar que está antenada e constantemente em desenvolvimento de soluções para os seus clientes.

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2 Comentários

  1. É uma cabine ideal para cegonha, mas em caminhão rígido e não trator como é este.
    Na Europa, o transporte de carros em caminhões é feito majoritariamente por composição romeu e julieta. Para ter maior capacidade de uso, o teto do caminhão precisa ser baixo para sobre ele acomodar um veículo. Isso ocorria no passado aqui no Brasil com cavalos toco curtos e implementos com um ou dois eixos. O teto do cavalo não poderia ser alto porque poderia colidir com a plataforma superior. Com as melhorias do implementos aqui, viagens longas como disse a matéria, além do peso crescer, as empresas não tiveram problema em adotar cavalos com teto alto e leito.
    Esse Scania NTG teto super baixo não deveria ser usado num cavalo aqui, mas vai saber o que pensou a pessoa ao comprá-lo. Concordo que será um problema repassar ele depois.
    E sobre a configuração 6x2/4, também comum na Europa, já considero burrice não entenderem as vantagens dela, e a legislação tem uma certa culpa nisso pelo que já li.
    Duvido que uma operação sempre use o PBTC máximo. Se há uma sobra de 2t, 3t, por exemplo, e o cavalo sempre será usado em LS, o 6x2/4 tem um par de pneus a menos, menor custo; tem tara menor; o eixo direcional vai ajudar a poupar pneu porque não terá o arrasto de um eixo auxiliar fixo.
    Aí, entra a bendita da legislação, pois essa configuração eixo, mesmo sendo direcional, não teria cavalo PBT de 22t como seria esperado. É menor. Poderia ser apenas 1t menor que o trucado normal, PBT 23t, com as vantagens descritas.
    Nessa hora, a legislação daqui deveria ser revisada para padrões avançados de países europeus acostumados com composições mais pesadas. Nestes, um 6x2/4 usando pneus largos nos rodados simples pode ter o mesmo PBT de um 6x2 normal com pneus convencionais. A opção é entre economizar pneu ou por conta do tipo de piso, o eixo auxiliar precisa ter rodado duplo por conta da maior severidade.
    As regras daqui não estimulam certas configurações de eixos nem de CVCs. Por que não pode ter um romeu e julieta 9 eixos composto por caminhão rígido com quatro ou cinco eixos e complementando, reboque com quatro ou cinco eixos? Acoplar/desacoplar um reboque é mais fácil que um bitrem com a mesma medida. Além disso, se o primeiro implemento não tiver base dos eixos deslizante, vai ter problema para descarregar.

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    1. Concordo contigo. Obrigado pelo comentário. Enriqueceu ainda mais a postagem.

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